quinta-feira, 9 de novembro de 2017

OS RESULTADOS POSITIVOS E O CADERNO DE ENCARGOS

De acordo com a edição de 2017 do Relatório “Education and Training Monitor”, divulgado pela Comissão Europeia a análise comparativa dos dados do PISA de 2012 e 2015 evidencia uma descida da percentagem de alunos portugueses com menor desempenho contrariamente ao que se verificou na UE. Este dado sublinha o trajecto que tem vindo a ser realizado pelos alunos e escolas e que se sublinha embora aguarde com alguma curiosidade os dados de 2018, o próximo ano de realização do PISA.
Por áreas avaliadas temos que na leitura, em 2015 17.2% dos alunos portugueses não revelam conhecimentos básicos face a 19.7% na UE sendo que em 2012 em Portugal se verificava 18.8% e na EU 17.8%.
Em Matemática Portugal melhorou de 24.9% de alunos com baixo desempenho para 23.8% e a UE passou de 22.1% para 22.2%.
No que respeita a ciências a discrepância de trajectos é ainda mais acentuada, Portugal desceu o indicador de baixo de desempenho de 19% para 17.4 enquanto a UE agravou de 16.6% para 20.6%.
Veremos se o trajecto de melhoria é suficiente para atingir a meta definida de 15% de desempenho negativo em 2010 nas três áreas de literacia avaliadas.
No mesmo relatório emerge a dificuldade cumprir o objective de em 2020 ter 40% da população entre os 30 e os 34 anos com curso superior pois em 2016 a percentagem era de 34.6%. Também o objective de reduzir o abandono escolar entre os 18 e os 24 parece comprometido apesar da evolução positiva, pretende-se 10% ou menos, mas em 2016 Portugal ainda se verificava 14%.
O Relatório salienta ainda a persistência da forte associação entre a origem social e económica e o desempenho escolar na generalidade dos sistemas educativos embora com níveis diferentes de desigualdade.
Duas notas breves.
Uma primeira para registar a evolução positiva e antes que se desencadeie a habitual luta pela paternidade dos resultados positivos com diferentes figuras e entidades a “chegarem-se à frente” como diz o povo importa realçar o trabalho de alunos, professores, escolas e famílias.
A segunda nota para relembrar o pesado caderno de encargos que ainda continuamos a ter pela frente, designadamente, combater o abandono e a exclusão, quase sempre a primeira etapa da exclusão social, promover a qualificação, um bem de primeira necessidade e combater as desigualdades criando efectivos dispositivos de mobilidade social em que a escola faz a diferença e pode ajudar a contrariar o destino.

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